O que fazer no brasil
O que fazer no brasil

Turismo na Amazônia: 9 razões para conhecer esse paraíso brasileiro

Amazônia concentra mais da metade das florestas tropicais do planeta, reservando muita riqueza natural. Confira nosso guia de descubra tudo sobre turismo na Amazônia!

Nadar com botos-cor-de-rosa

Turismo na Amazônia - Nadar com os botos-cor-de-rosa
Grandes, dóceis e fascinantes: ver de perto um boto-cor-de-rosa será uma experiência única 

Envolto em lendas e mitos, e típico da região, o boto-cor-de-rosa é personagem essencial de uma experiência amazônica completa. Os animais, que podem atingir 2,5m de altura e 185kg, são extremamente dóceis, vivem livres nas águas mornas e escuras do Rio Negro e podem ser observados em pontos variados.

Um tour para nadar com os botos (que podem ter diferentes variações de cor, perto do cinza) é sinônimo de encantamento. A atividade dos instrutores é chamar os botos usando peixes como isca. É a chance que o visitante tem de vê-los de perto, alimentá-los, tocá-los brevemente e fazer belas fotos.

Subir na árvore

Turismo na Amazônia - Tree Climbing
A sensação de “voar” sobre a maior floresta tropical do mundo é única (Foto: Amazon Tree Climbing/Divulgação)

A inocente brincadeira infantil de subir na árvore pode se tornar uma das experiências mais fascinantes em um cenário radical e fascinante. Imagine a sensação de escalar uma árvore de 35 metros de altura e ter uma visão privilegiada da maior floresta tropical do mundo.

É o que promove a Amazon Tree Climbing, em roteiros por diferentes localidades da região, como Manaus, Presidente Figueiredo e a Reserva do Tupé. É possível escalar árvores como Samaúma, Amapazeiro, Angelim e Macucu, acompanhados por condutores e com toda a segurança.

Cachoeiras de Presidente Figueiredo

Turismo na Amazônia - Cachoeiras de Presidente Figueiredo
Entre tantas opções, as Cachoeiras de Urubui estão entre as mais bonitas de Presidente Figueiredo 

Um município que ostenta nada menos que 159 cachoeiras, 7 corredeiras, 9 cavernas e grutas não pode ficar de fora de um roteiro pela Amazônia. Trata-se da pequena Presidente Figueiredo, a 107km da capital, e apropriadamente apelidada de “terra das cachoeiras”.

É um dos destinos brasileiros ideias para turismo de aventura e ecoturismo, com opções de esportes como rapel, rafting, tirolesa, bóia-cross, caiaque, arvorismo e trilhas na selva.

Com altura entre 3 a 30 metros, grande parte das cachoeiras está inserida em reservas protegidas e parques naturais, ou em propriedades particulares. Dentre as mais populares, estão as Cachoeiras do Urubui, do Santuário e Iracema.

Encontro das Águas

Turismo na Amazônia - Encontro das Águas
Prepare-se para o espetáculo natural da confluência dos rios Negro e Solimões

Nenhuma viagem à Amazônia e Manaus poderia ser completo sem testemunhar um de seus maiores patrimônios: o lendário Encontro das Águas. O fenômeno hidrológico da confluência dos rios Negro e Solimões é uma experiência nada menos que inesquecível.

Pode-se observar de longe, desde o Mirante da Embratel, no bairro Colônia Antônio Aleixo, zona Leste da capital. Ou ver mesmo de pertinho: quem estiver em um barco, poderá tocar e sentir o preto quente se misturando ao marrom frio. Só não pense em mergulhar, pois as águas são profundas e perigosas no local.

Dependendo do roteiro contratado, pode-se incluir visitas às comunidades ribeirinhas, trilhas ou observação de aves locais.

Desbravar a selva

Turismo na Amazônia - tour pela floresta
Um tour guiado revelará alguns dos moradores mais ilustres da Floresta Amazônica

Vale novamente lembrar que para desbravar a Floresta Amazônica, não pense duas vezes em contratar uma operadora autorizada e experiente. Além da questão da segurança, o guia vai geralmente garantir os melhores lugares para ver o que de melhor a selva oferece, incluindo aqueles pássaros, macacos e outros animais que todo mundo espera observar.

Para os mais aventureiros, vale incluir um passeio à noite, para ter a chance de avistar criaturas noturnas. Dependendo do seu orçamento, sua cama poderá ser desde uma rede até uma cabana ou hotel improvisado.

Contato com a comunidade local

Turismo na Amazônia - Vila de São Thomé
Passe um dia/noite na Vila de São Thomé para testemunhar os simples e encantadores costumes locais © 

A 60km de Manaus fica um destino perfeito para quem quer mergulhar na realidade local e entrar em contato com a comunidade e seus hábitos. É a simpática Iranduba, conhecida por sediar 9 mil hectares do Parque Ecológico do Lago Janauari, cujo ecosssitema inclui igapó e vitória-régia, símbolo da Amazônia.

Na Vila de São Thomé, fica a já famosa Pousada de Selva Jacaré, toda em madeira e com restaurante próprio que serve deliciosos pratos da gastronomia amazonense. Dormir em um quarto simples, aprender como se extrai o látex, visitar a casa do Caboclo, pescar, avistar jacarés e botos são parte das atividades do dia-a-dia de quem se hospeda lá.

Dica: não há transporte regular para a comunidade, portanto é preciso contratar o serviço de uma agência de viagem em Manaus ou hospedar-se na pousada (que oferece transfer da capital).

 

Arquipélago de Anavilhanas

Turismo na Amazônia - Anavilhanas
Anavilhanas é um dos maiores conjuntos de ilhas em água doce do planeta 

Localizado nos municípios de Manaus e Novo Airão, o Arquipélago de Anavilhanas reúne aproximadamente 400 ilhas, sendo um dos maiores conjuntos de ilhas em água doce do planeta.

As ilhas são cobertas com floresta virgem e seus ecossistemas incluem igarapés, canais, lagos e milhares de árvores exuberantes. A fauna é tão rica quanto: garças, araras, bacuraus, jaguatiricas, jacarés, macacos, botos e cerca de 500 espécies de peixes.

O melhor jeito de acessar o arquipélago é fazer um passeio de lancha, que é oferecido por diversos profissionais nas duas cidades. Em tempo: quando o Rio Negro está cheio (entre novembro e abril), boa parte das ilhas fica submersa.

Museu do Seringal

Turismo na Amazônia - Museu do Seringal
Antigos cenários de um filme de época ilustram o auge do Ciclo da Borracha na região 

Nada como ter uma “aula viva” sobre um período de extrema importância na história do norte do Brasil. O Ciclo da Borracha é ilustrado à perfeição no Museu do Seringal Vila Paraíso, inaugurado em 2002.

Trata-se, na verdade, de um cenário preservado do filme “A Selva”, dirigido por Leonel Vieira e estrelado por Maitê Proença e Chico Diaz. A intenção foi reproduzir um seringal que existiu em Humaitá, a 600 km de Manaus.

O acervo é formado por móveis e utensílios que ilustram a riqueza dos seringais, quando a borracha estava no auge de sua valorização econômica. É possível visitar o trapiche, barracões de armazenamento e aviamento, casarão do seringalista, capela, estrebaria, entre outros cenários.

Funciona de quarta a domingo, das 9h às 16h. Fica na zona rural, no Igarapé São João, e o acesso é somente de barco, desde a Marina do David, em Ponta Negra.

Visita à tribo indígena

Turismo na Amazônia - Tribo indiígena
Membros da Tribo Dessana recebem os visitantes com típicos rituais indígenas

Desde que guiado por operadoras sérias, visitar uma tribo indígena na Amazônia poderá ser uma experiência fascinante. Membros de tribos como a Dessana costumam receber turistas todos os dias, pois beneficiam-se do turismo e da interação com o homem branco (vendem objetos para comprar alimentos, já que não podem caçar ou intervir na floresta protegida). Na Reserva de Tupé, por exemplo, vivem cerca de 40 habitantes da tribo Dessana Tukana. Os visitantes são recebidos com breves rituais, onde os índios dançam, cantam e tocam instrumentos próprios. É possível comprar objetos artesanais (brincos, colares, arcos, cestos, máscaras etc.) e ainda participar de uma refeição coletiva, onde prova-se diferentes espécies de peixes e iguarias locais.

Como começou o Everyday Brasil?

Everyday Brasil foi criado em 2015, seguindo a ideia de outros projetos Everyday como o Everyday Africa e Everyday Iran. Como fotógrafa, rapidamente me dei conta do potencial dos projetos Everyday Everywhere e procurei o pessoal por trás do Everyday Africa. De lá pra cá, as coisas cresceram rapidamente.

Todas as cores e diversidade de São Paulo à noite
Todas as cores e diversidade de São Paulo à noite © Dominik Bo

Quais são os objetivos principais do Everyday Brasil?

Como parte dos projetos Everyday, queremos prover conhecimento às pessoas sobre o nosso país de um modo que evite mostrar uma imagem estereotipada do Brasil. Queremos espalhar esse conhecimento sobre o Brasil real e sobre a realidade do que é a vida aqui, lá fora mas também de forma local. Por exemplo, mesmo para eu que nasci no Brasil e vivo aqui agora, existem muitas coisas em meu próprio país que eu não sei ou aprendi ainda.

Todos podemos aprender mais sobre nosso próprio país. Assim, cada uma das nossas fotos nos leva mais próximo da realidade de vida em diferentes partes do país.

A área do Marrocos é uma ocupação ilegal no centro de São Paulo
A área do Marrocos é uma ocupação ilegal no centro de São Paulo 

Qual é o seu papel no Everyday Brasil?

Sou curadora, responsável principalmente por gerenciar o projeto Everyday Brasil. Delego um pouco dessa responsabilidade para quase 50 fotógrafos espalhados pelo país. Nossa nação é grande e diversa, então mesmo 50 fotógrafos podem parecer muito, mas é um número necessário para documentar as muitas regiões e lugares de maneira natural.

Por essa razão, costumo fazer um pouco de pesquisa para escrever uma legenda criativa e relevante. Esse é um processo de aprendizagem para mim, pois cada vez conheço mais sobre o Brasil. Claro que há muito ainda para aprender e muito mais conhecimento para compartilhar.

Um pescador e sua rede, em Ponta do Leal, Florianópolis (SC)
Um pescador e sua rede, em Ponta do Leal, Florianópolis (SC)

Como a diversidade do Brasil é mostrada no processo de seleção de imagens?

Focamos em documentar eventos que tenham relevância no país, como manifestações políticas, feriados nacionais e por aí vai. Todas as imagens são feitas pelos fotógrafos, já que este é um projeto fotográfico que levamos muito a sério.

Vendo como eventos parecidos são retratados diferentemente ao redor do país, é bastante interessante. Nós sempre variamos a localização do nosso material – por exemplo, se publicamos uma foto do Rio de Janeiro, a próxima deverá ser de outra cidade ou estado.

Nesse sentido, sempre tentamos também alternar os fotógrafos o quanto possível. Quem olha para nossa galeria, vê que os temas são todos bastante diferentes.

Uma cena do cotidiano da pequena cidade de Joanes, no Pará
Uma cena do cotidiano da pequena cidade de Joanes, no Pará 

Qual é o papel da fotografia em um país tão grande e diversificado como o Brasil?

A fotografia é um jeito de absorver informação de forma rápida. Você pode ver uma foto e rapidamente decifrar sobre o que a foto quer contar. A fotografia é acessível para todos. Hoje em dia, plataformas como o Instagram fazem disso uma realidade.

As celebrações patrióticas na Bahia
As celebrações patrióticas na Bahia 

Sempre pensamos cuidadosamente como a fotografia pode trabalhar para contar uma história – as legendas explicam as fotos e é importante que não sejam forçadas para nossa audiência. No fim, o que interessa são as pessoas criarem suas próprias conclusões e fazerem suas perguntas críticas. Nossas fotos são um veículo para esse processo.

Até o transporte público é contagiado pela alegria durante o carnaval em São Paulo
Até o transporte público é contagiado pela alegria durante o carnaval em São Paulo 

Na sua opinião, por que as pessoas deveriam viajar para o Brasil?

Pela mesma razão que eu mesma deveria viajar o máximo que pudesse no Brasil – este é um país rico e muito diverso. Algumas vezes parece que há vários países em um só – o cotidiano é muito diferente no sul do que é no norte, por exemplo. O mesmo vale para as pessoas, nossos hábitos e costumes, a gastronomia e por aí vai – tudo varia bastante dependendo do ponto do país onde você está. O Brasil tem problemas como qualquer outro, mas somos um povo orgulhoso e determinado.

As cores e ritmos contagiantes da Festa Junina do Recife
As cores e ritmos contagiantes da Festa Junina do Recife 

Que impacto o Everyday Brasil já teve e como você vê o futuro do projeto nos próximos anos?

Não sabia que direção as coisas iriam tomar quando começamos o Everyday Brasil. Hoje, ele se tornou um projeto respeitado no país todo – as pessoas nos escrevem diariamente, querendo participar. Ao mesmo tempo, o nosso objetivo de descrever uma realidade social precisa e diversificada através da fotografia também parece ter sido alcançada, o que não necessariamente era o caso logo que começamos.

A bonança depois da tempestade em uma colheita em Pernambuco
A bonança depois da tempestade em uma colheita em Pernambuco 

Estamos crescendo, mas ainda há muito trabalho para ser feito! Claro que somos muito ativos no Instagram, mas queremos ter uma presença online mais forte e em outras plataformas. Por exemplo, queremos criar uma exposição de algumas das fotos que fizemos ano passado, começando em São Paulo e pelo país como um projeto nacional. A ideia é que um dia o Everyday Brasil se torne um ponto de referência para fotógrafos no Brasil. Gostaríamos que as pessoas pensassem no Everyday Brasil quando pensassem em viajar por aqui. Ao mesmo tempo, queremos replicar Everyday Brasil em forma de livro ou revista. Ou seja, queremos expandir para além do Instagram